10 Sinais de ligação ao trauma

 10 Sinais de ligação ao trauma

Thomas Sullivan

Uma relação abusiva é aquela em que existe um grande desequilíbrio de poder entre os parceiros. O parceiro abusivo exerce controlo de poder sobre o outro parceiro - a vítima de abuso.

Numa relação saudável, os dois parceiros têm uma distribuição de poder mais ou menos igual.

Uma ligação traumática forma-se quando há um ciclo de abuso numa relação abusiva. Há momentos de ligação misturados com momentos de medo (abuso). Se a relação fosse totalmente abusiva, seria fácil para a vítima sair.

Os momentos positivos da relação dão à vítima a esperança de que a relação pode correr bem ou que ela pode mudar o agressor.

Uma relação traumática é caracterizada por períodos de altos e baixos extremos (ligação) e baixos (medo). Uma relação saudável, pelo contrário, pode ter altos e baixos extremos inicialmente, mas estabiliza-se com o tempo.

Sinais de ligação ao trauma

Vamos mergulhar nos dez sinais poderosos que mostram que você provavelmente está em um vínculo traumático. Há muitas semelhanças entre um vínculo traumático e um relacionamento normal. Eu eliminei essas semelhanças e reduzi a lista a itens que só se aplicam a um vínculo traumático.

1) Bombardeamento de amor

Quando começa a formar-se uma ligação traumática, o agressor bombardeia a vítima com amor e afeto. A relação avança a um ritmo mais rápido do que o habitual.

Se houver uma boa química entre duas pessoas desde o início, essa relação também pode avançar rapidamente.

O que distingue o bombardeamento amoroso de uma relação com boa química é o facto de o primeiro ser unilateral. É apenas o agressor que bombardeia a vítima com amor, e não o contrário.

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Numa relação com boa química, ambos os parceiros se regalam mutuamente com amor.

2) Incapaz de partir

Os altos e baixos extremos tornam a relação imprevisível, levando à dependência. Mesmo que se aperceba de que a relação é tóxica, pode ser incapaz de a deixar.

3. desculpar-se com o agressor

Este é um grande problema.

Uma vez que se está viciado na relação, pode-se fazer qualquer coisa para se manter viciado. Defende-se, justifica-se e racionaliza-se o comportamento do agressor.

Pode negar ou minimizar a gravidade dos maus tratos e pode até culpar-se a si próprio pelos maus tratos.

Pode pensar falsamente que o agressor é responsável por tudo o que é bom na relação e que você é responsável por tudo o que é mau.

Temos uma forte necessidade psicológica de coerência. Se alguém não está a ser coerente com o seu amor, temos tendência a pensar que a culpa é nossa.

O facto de o agressor, numa ligação traumática, dar e retirar amor é difícil de compreender pela sua mente, criando uma dissonância cognitiva que resolve com a auto-culpa e dando ao agressor o benefício da dúvida.

4) Fixar-se nos aspectos positivos

A mente dá prioridade à sobrevivência e à reprodução em detrimento de tudo o resto.

Por isso, mesmo que uma ligação traumática contenha uma mistura de momentos positivos e negativos, a sua mente concentra-se demasiado nos momentos positivos. A mente gosta de se agarrar a qualquer pequena esperança que exista.

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Porque se não o fizer, pode perder a hipótese de sobreviver pouco e/ou de se reproduzir. O custo de não se agarrar às migalhas da esperança é demasiado elevado.

5. lealdade persistente

A dependência e a fixação nos aspectos positivos geram uma lealdade inabalável ao agressor, mesmo perante o perigo. Por vezes, a necessidade de se reproduzir ultrapassa a necessidade de sobrevivência. Assim, mesmo que a relação esteja à beira de pôr a vida em risco, a vítima pode manter-se fiel ao agressor.

Para uma pessoa de fora que olha para a relação abusiva, não faz sentido. Acham ridículo que a vítima se mantenha na relação e podem até culpar a vítima. Claro que não fazem ideia do que se passa na mente da vítima.

6) Andar sobre cascas de ovos

O agressor certifica-se de que tem poder sobre si, o que significa que vai abafar todas as suas tentativas de recuperar o poder.

Não se sabe que comportamento da sua parte pode desencadear uma reação exagerada para manter o poder e o controlo, incutindo-lhes medo.

7) Duvidar de si próprio

O gaslighting é uma tática comum utilizada pelos abusadores para distorcer a realidade das suas vítimas, rejeitando ou negando a sua versão da realidade e impondo a sua própria.

Se dissermos: "Senti-me ofendido quando disseste isso", eles dirão: "Oh, estás a imaginar coisas, eu nunca disse isso".

Se a situação se mantiver, chega-se a um ponto em que se começa a perder a sanidade mental, a duvidar de tudo e a confiar demasiado no parceiro abusivo para interpretar a realidade por nós.

8) Perder-se a si próprio

A iluminação a gás corrói a autoestima e a auto-identidade ao longo do tempo. As pessoas presas numa ligação traumática não têm grande identidade, para começar, ou seja, a sua baixa autoestima torna-as susceptíveis de se tornarem vítimas de abuso.

A sua baixa autoestima e falta de auto-identidade são aniquiladas por uma ligação traumática à medida que se envolvem com o agressor. Não existem fronteiras entre elas e o agressor. Adoptam as visões do mundo e os sentimentos do agressor.

9. isolamento dos amigos e da família

Para levar a cabo os abusos sem problemas, o agressor tem de isolar a vítima dos seus amigos e da sua família, porque se alguma coisa estiver mal na relação, a família e os amigos serão os primeiros a dar o alarme.

10. não ter escolha

Um dos primeiros sinais sólidos de uma ligação traumática é o facto de não ter qualquer palavra a dizer na relação. Sente que o seu parceiro toma todas as decisões. É nesta altura que o agressor começa a estabelecer um desequilíbrio de poder na relação.

Compare isto com uma relação saudável em que ambos os parceiros têm uma palavra a dizer nas decisões da relação com base numa distribuição de poder mais ou menos igualitária.

Thomas Sullivan

Jeremy Cruz é um psicólogo experiente e autor dedicado a desvendar as complexidades da mente humana. Apaixonado por compreender as complexidades do comportamento humano, Jeremy esteve ativamente envolvido em pesquisa e prática por mais de uma década. Ele possui um Ph.D. em Psicologia por uma instituição renomada, onde se especializou em psicologia cognitiva e neuropsicologia.Por meio de sua extensa pesquisa, Jeremy desenvolveu uma visão profunda de vários fenômenos psicológicos, incluindo memória, percepção e processos de tomada de decisão. Sua experiência também se estende ao campo da psicopatologia, com foco no diagnóstico e tratamento de transtornos de saúde mental.A paixão de Jeremy por compartilhar conhecimento o levou a criar seu blog, Understanding the Human Mind. Ao selecionar uma vasta gama de recursos de psicologia, ele pretende fornecer aos leitores informações valiosas sobre as complexidades e nuances do comportamento humano. De artigos instigantes a dicas práticas, Jeremy oferece uma plataforma abrangente para quem busca aprimorar sua compreensão da mente humana.Além de seu blog, Jeremy também dedica seu tempo ao ensino de psicologia em uma importante universidade, alimentando as mentes de aspirantes a psicólogos e pesquisadores. Seu estilo de ensino envolvente e desejo autêntico de inspirar os outros fazem dele um professor altamente respeitado e procurado na área.As contribuições de Jeremy para o mundo da psicologia vão além da academia. Ele publicou vários artigos de pesquisa em revistas conceituadas, apresentando suas descobertas em conferências internacionais e contribuindo para o desenvolvimento da disciplina. Com sua forte dedicação ao avanço de nossa compreensão da mente humana, Jeremy Cruz continua a inspirar e educar leitores, aspirantes a psicólogos e colegas pesquisadores em sua jornada para desvendar as complexidades da mente.